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Escritório de Assuntos Externos da Comunidade Bahá'í do Brasil

Em uma diversidade de cenários, Conferências Globais são realizadas em todo o país

A primeira quinzena do mês de junho, no Brasil, foi marcada pela realização de sete Conferências Globais. Os estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e o Distrito Federal promoveram encontros de base marcados por uma diversidade de cenários e um forte senso de propósito comum.

Como tem ocorrido em diferentes países do mundo, amigos, vizinhos e conhecidos em bairros e aldeias se reuniram em casas e quintais, escolas e espaços comunitários, e em muitos outros ambientes - grandes e pequenos - para consultar sobre como podem promover comunidades vibrantes baseadas na visão da Fé Bahá’í de um mundo pacífico. Em todas essas reuniões, chama atenção o clima acolhedor que encoraja a todos os participantes expressarem suas ideias e aprenderem uns com os outros, valorizando a contribuição de crianças, jovens, adultos e idosos.

Embora os contextos sejam distintos, é possível observar que, em geral, o movimento impulsionado pelas Conferências encontra-se conectado ao trabalho anterior realizado pela comunidade bahá’í e seus apoiadores em cada um dos lugares. Nesse sentido, ao iniciar os esforços de planejamento para tais encontros, são realizadas uma série de visitas às pessoas que, de algum modo, conhecem as atividades bahá’ís e delas participam ou demonstram interesse em participar. Na vizinhança Vila do Boa, em São Sebastião - DF, foram realizadas 73 visitas nas semanas anteriores à Conferência Global, quando foi possível esclarecer o propósito da atividade e ampliar o protagonismo dos amigos locais no processo.

Nota-se, assim, o estabelecimento de uma conversação que se inicia antes da Conferência, ganha novos elementos e participantes durante sua realização, e segue no período posterior, desdobrando-se também em experiências práticas. Na Vila do Boa, estiveram presentes cerca de 140 participantes, reunidos em um espaço de consulta comunitária antes inexistente, segundo a avaliação dos organizadores. Em relato feito pelo núcleo organizador do encontro, mencionou-se que “dada a percepção de desunião, estranhamento e desconfiança na capacidade das famílias entre si” parecia impossível criar um ambiente em que todos se sentissem bem vindos a contribuir. No entanto, a Conferência possibilitou que essas famílias se conhecessem melhor, trocassem experiências e construíssem uma visão comum sobre o lugar onde moram, passando a se ver como colaboradoras ativas no trabalho de transformação da realidade local. Inúmeros relatos espontâneos de pais e mães sobre o envolvimento de seus filhos nas atividades bahá’ís indicaram a importância do processo para a educação de crianças e pré-jovens da vizinhança. E, nessa direção, muitas pessoas comprometeram-se em apoiar as diferentes iniciativas emergentes.

Ainda no Distrito Federal, reuniram-se em mais uma Conferência Global cerca de 120 moradores de Águas Claras, Plano Piloto e redondezas. O encontro, que aconteceu na Escola das Nações, foi marcado por expressões artísticas inspiradas nos temas de consulta que giraram em torno, dentre outros assuntos, das características de uma comunidade vibrante; de noções relevantes à transformação social, tais como o que significa desenvolver protagonismo; e da centralidade da educação nos esforços de construção de uma nova realidade. Um dos participantes comentou: “As consultas nos grupos foram importantes e significativas. Os momentos em plenária foram bem descontraídos, participativos, acolhedores e espirituais". E complementou: "Foi algo inesquecível e de muito aprendizado".

Diferente do Distrito Federal, em que as Conferências até o momento foram realizadas na área urbana, na Bahia, o primeiro encontro deste tipo ocorreu em Banzaê, no território indígena Kiriri. Estiveram presentes 133 pessoas, com grande destaque à participação de mulheres mães e da juventude local, que têm protagonizado um importante trabalho de construção comunitária. Com o apoio das lideranças indígenas, os materiais foram adaptados à realidade local, focalizando-se em três temas centrais: o que é a Fé Bahá’í e sua história junto ao povo Kiriri; o que são as atividades educacionais; e o papel da juventude com o apoio de seus familiares.

Na aldeia, pode-se perceber o modo como as atividades bahá’ís têm contribuído para uma mudança de perspectiva com relação ao papel da juventude. Gradualmente, os jovens estão deixando de ser objeto de preocupação por parte de seus familiares para tornarem-se os principais responsáveis pela melhoria das condições locais. À medida que se transformam em protagonistas do programas educacionais aprendem a lidar com (e a evitar) desafios comuns na região, tais como alcoolismo, gravidez na adolescência e desvalorização da cultura e dos saberes indígenas. Cada vez mais, esses jovens reconhecem no seu povo a força para uma mudança positiva da realidade e confiam na capacidade de seus colaboradores para um trabalho coletivo.

As visitas realizadas no período anterior à Conferência, alcançando mais de 500 pessoas, consistiram em um espaço relevante para abordar tais questões, quando - independente da participação durante o evento - foi possível refletir a respeito e contribuir para transformações nas relações familiares. Tal movimento, é importante destacar, segue sendo empreendido mesmo após a Conferência Global.

No estado de São Paulo, em Valinhos, 77 moradores da vizinhança Jardim América II tiveram a oportunidade de refletir através de conversas informais, consultas e expressões artísticas, entre outros temas, sobre o propósito de Deus para a humanidade no processo de melhoramento do mundo; a visão da unicidade de todos os povos; o papel da educação para a manifestação dos poderes humanos; a importância da inclusão dos assuntos espirituais para construção de uma comunidade vibrante e próspera; e as barreiras econômicas atualmente presentes na vizinhança, seus significados e alternativas.

Em diferentes momentos do encontro, participantes das atividades bahá´is relataram quão importante são as visitas aos lares que ocorrem na localidade, como meio de se criar vínculo entre as famílias e desabrochar o espírito comunitário. Mencionaram também as transformações que observam nas crianças que frequentam as atividades educacionais e sua alegria em fazerem parte. Uma mãe, inspirada pelas consultas, compartilhou o quanto sua vida foi impactada quando estudou sobre educação espiritual e percebeu a importância e a carência dessa reflexão na sociedade em geral.


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