O programa de educação espiritual para as crianças promovido pela comunidade bahá’í e seus colaboradores enxerga os pequenos como agentes criadores do seu espaço social. Quando sua educação é priorizada, as crianças são catalisadoras de novos hábitos dentro das famílias e trazem alegria e unidade para a comunidade. Nas Conferências Globais agora ocorrendo no país, a influência dos mais jovens tem se destacado.
Na Conferência de Macapá, no Estado do Amapá, os participantes refletiram sobre como os programas educacionais oferecidos pela comunidade bahá’í têm tido impacto significativo na vizinhança. Um dos presentes relatou: “Jovens, pré-jovens e crianças estão se tornando cada vez mais conscientes de seu papel como agentes de transformação social e espiritual do bairro, o que tem chamado a atenção de seus pais e vizinhos e os animado a participar desse processo de construção de forma mais engajada”.

Esse foi o caso de uma participante de outra Conferência, em Marituba, no Pará. Ela se aproximou das atividades através de seus filhos que frequentam as aulas de educação espiritual. Feliz com a possibilidade de se envolver mais, ela conta: “Em nossa comunidade nunca houve algo do tipo. Não temos líderes comunitários, não temos espaços para estudarmos e refletirmos como estamos fazendo”.
Em Canoas, no Rio Grande do Sul, as crianças tiveram espaço na Conferência para compartilhar com os demais sobre o que estão aprendendo através de desenhos e músicas. Visando a continuidade das aulas, um dos tópicos da consulta dos adultos foi o levantamento de fundos para este fim. Também foi tratada a necessidade de uma maior conscientização dos moradores para a limpeza e reciclagem, reverberando o desejo das crianças e pré-jovens, expresso em uma das atividades da programação, de construir um bairro sem poluição.
Ao mesmo tempo em que aprendem pelo exemplo dos mais velhos, as gerações mais jovens também têm o poder de influenciar seu entorno e fomentar forças de integração em uma comunidade. A Conferência realizada em Anchieta, no Espírito Santo, batizada de "Festival de Unidade", repercutiu pela cidade. Atraídas pelos comentários das crianças e jovens na escola, algumas professoras entraram em contato com os organizadores do Festival para entender mais sobre o processo de construção de comunidade no qual seus alunos estão envolvidos.
Gerson, um professor de capoeira da localidade, participou do encontro e comentou: “Estamos somando forças pelos mais jovens. É muito difícil encontrar quem queira trabalhar junto dessa maneira”.
O educador foi convidado para a Conferência quando recebeu uma visita de alguns moradores para conversar sobre as atividades do bairro que aconteciam no mesmo dia e horário – a aula de capoeira e a aula de educação espiritual. Um dos envolvidos nessa iniciativa relatou: “Muitos dos seus alunos também participavam do programa educacional de crianças e, às vezes, não conseguiam ir a ambas. Houve uma consulta amorosa com esse professor sobre a importância das duas atividades para a comunidade e resolveu-se de forma conjunta mudar o dia da aula das crianças. A conversa foi cheia de energia e esse professor de capoeira resolveu levar todo seu grupo para se apresentar na Conferência. Foi um momento emocionante, poderoso”.
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